Vida em outro planeta? O que se sabe sobre a nova descoberta de astrônomos

Publicado em 19/04/2025 · Categoria: Negócios

📰 Nota: Este conteúdo foi republicado automaticamente de exame.com. Confira o original em: clique aqui.


Pela primeira vez, um possível indício de vida extraterrestre foi detectado em um planeta fora do sistema solar com o auxílio do Telescópio Espacial James Webb.

Segundo os pesquisadores, moléculas suspeitas encontradas na atmosfera do exoplaneta K2-18b podem ser explicadas pela presença de vida microbiana — semelhante à que existe nos oceanos da Terra.

O planeta, localizado na chamada “zona habitável”, exibe traços de gases como dimetil sulfeto (DMS) e dimetil dissulfeto (DMDS), que na Terra só são produzidos por organismos vivos marinhos.

A descoberta foi liderada por Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge, que classificou o achado como “um momento revolucionário”.

Apesar do entusiasmo, os próprios cientistas pedem cautela. O grupo responsável pelos dados reconhece que as moléculas precisam de confirmação em futuras observações e que outras explicações não biológicas ainda não foram descartadas.

Segundo Laura Kreidberg, astrônoma do Instituto Max Planck que não participou da pesquisa, em entrevista ao Smithsonian Institution, “afirmações extraordinárias exigem evidências extraordinárias”.

Ela reforça que a análise atmosférica de exoplanetas é extremamente desafiadora, especialmente quando se trata de diferenciar compostos químicos que possuem assinaturas espectrais semelhantes.

O que sabemos sobre o planeta K2-18b

Descoberto em 2015 pela missão Kepler, o planeta K2-18b orbita uma estrela anã fria na constelação de Leão, a cerca de 124 anos-luz da Terra.

Ele tem um tamanho intermediário entre a Terra e Netuno e pertence a uma categoria de mundos que não existe no nosso sistema solar.

Observações anteriores já haviam detectado metano e dióxido de carbono na atmosfera do planeta, sugerindo a presença de um ambiente aquático e potencialmente favorável à vida.

Modelos teóricos indicam que K2-18b pode ser um planeta oceânico, com uma atmosfera rica em hidrogênio cobrindo um oceano profundo e quente.

O novo estudo, publicado na revista Astrophysical Journal Letters, sugere que a concentração de DMS e DMDS no planeta pode ser milhares de vezes maior do que a encontrada na Terra — algo que, se confirmado, exigirá explicações robustas.

Próximos passos e cautela científica

Embora os dados sejam promissores, especialistas como o astrobiólogo Edward Schwieterman, da Universidade da Califórnia, alertam que a detecção ainda é “tentativa”. Outros grupos científicos estão sendo encorajados a revisar os dados, que serão disponibilizados publicamente nos próximos dias.

Para Nikole Lewis, cientista da Universidade Cornell, o momento atual se assemelha à era pós-Voyager, quando as missões da Nasa revelaram novos mundos no sistema solar e impulsionaram o estudo da vida em lugares como Europa e Titã. “Agora precisamos deixar os dados guiarem nossas teorias”, afirma.

Apesar do impacto midiático e do entusiasmo, a equipe deixa claro: não está afirmando que encontrou vida. Trata-se, por ora, de um sinal que precisa de mais evidências para ser compreendido.

Mesmo assim, a possibilidade de que bioassinaturas estejam sendo detectadas com a tecnologia atual marca um ponto de virada na busca por vida fora da Terra.

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