Além do arco-íris: cientistas descobrem cor inédita para humanos
Publicado em 19/04/2025 · Categoria: Negócios

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Pesquisadores das universidades de Berkeley e Washington apresentaram um novo sistema experimental que expande os limites da visão humana. Chamado de Oz, o protótipo é capaz de estimular cones fotossensíveis da retina de forma individual, permitindo que os cientistas exibam imagens com cores nunca antes percebidas por seres humanos.
O destaque do estudo, publicado neste mês, é a geração de uma nova cor batizada de “olo”, descrita pelos voluntários como um azul-esverdeado extremamente saturado. A cor é produzida ao ativar seletivamente apenas os conhecidos cones M, um tipo de célula sensível à luz que normalmente divide a cena visual com os cones L e S. Na natureza, qualquer luz que estimula os cones M também ativa os outros tipos, o que limita a gama de cores percebidas.
O sistema Oz consegue contornar esse limite usando uma combinação de optoretinografia e oftalmoscopia com varredura por luz adaptativa (AOSLO). Primeiro, os cientistas classificam os cones da retina por tipo (L, M ou S). Em seguida, um feixe de laser escaneia a retina, emitindo 105 micropulsos de luz por segundo, direcionados com precisão para células específicas.
Em testes com cinco voluntários, a nova cor foi percebida de forma clara e consistente quando exibida em fundos neutros. Para alcançar um emparelhamento visual com cores conhecidas, os participantes precisaram diluir a olo com luz branca, o que comprova que ela está fora do chamado gamut natural da visão humana.
Além disso, o sistema Oz permitiu a criação de estímulos visuais como linhas vermelhas orientadas e pontos giratórios sobre fundos de cor olo. Os voluntários conseguiram identificar corretamente esses padrões apenas quando os micropulsos de laser eram direcionados com exatidão — pequenas imprecisões anulavam a percepção da nova cor.
O estudo também incluiu experimentos de reconhecimento de imagens e vídeos, nos quais os participantes conseguiram distinguir formas e movimentos graças à nova codificação de cores. Quando o sistema era propositalmente descalibrado, as imagens se tornavam indistintas, e a percepção se limitava à cor natural do laser verde usado na estimulação.
Um novo paradigma para cor e imagem
Ao contrário dos métodos tradicionais de exibição de cores, que combinam luzes de diferentes comprimentos de onda (como nas telas RGB), o Oz propõe um novo conceito: metamerismo espacial. Em vez de misturar espectros, o sistema manipula quais cones são ativados no espaço, criando percepções únicas a partir de um único feixe de luz monocromático.
Os pesquisadores acreditam que essa tecnologia pode abrir novas possibilidades em campos como neurociência, reabilitação visual e até mesmo no entendimento de como o cérebro constrói a percepção de cor. Um dos experimentos futuros mais ambiciosos é usar o Oz para simular a presença de um quarto tipo de cone na retina humana — algo que poderia, teoricamente, induzir tetacromatismo, uma condição que ampliaria o espectro visível por humanos.
Apesar dos avanços, o sistema ainda é limitado a uma pequena área da retina e exige fixação ocular precisa. Para ampliar o campo de visão ou permitir movimentos naturais dos olhos, será necessário aumentar a capacidade de rastreamento ocular, aprimorar o foco óptico e expandir o volume de dados processados em tempo real.
Ainda assim, o Oz representa um salto tecnológico ao permitir, pela primeira vez, o controle célula a célula da primeira camada neural ligada à visão. Com precisão suficiente, os pesquisadores conseguiram enganar o sistema visual e fazer com que o cérebro percebesse uma nova cor — uma que não existia até agora.
