Advogado de investigado no caso do suposto golpe revela conversa com Cid no Instagram
Publicado em 17/06/2025 · Categoria: Política
O advogado Eduardo Kuntz, que representa o coronel Marcelo Câmara na ação penal sobre a trama golpista, comunicou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve conversas com o tenente-coronel Mauro Cid no Instagram entre janeiro e março de 2024.
O conteúdo veio à tona nesta segunda-feira, 16, poucos dias depois da revista Veja divulgar prints de mensagens trocadas pelo perfil @gabrielar702, sem identificação clara do interlocutor. Diante do material, Moraes determinou que a Meta repassasse ao STF os dados do responsável pela conta.
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A defesa de Mauro Cid, que atua como delator no processo, contestou a autenticidade das mensagens atribuídas ao militar
A defesa de Mauro Cid, que atua como delator no processo, contestou a autenticidade das mensagens atribuídas ao militar. Mesmo assim, Kuntz anexou aos autos uma ata notarial de 51 páginas e um documento classificado como “defesa prévia”. O material reúne capturas de conversas que ocorreram entre 29 de janeiro e 13 de março de 2024, período em que Cid estava proibido de acessar redes sociais ou se comunicar digitalmente por ordem judicial.
Os diálogos revelam que Cid acusou o delegado da Polícia Federal, Fábio Shor, de distorcer seus depoimentos. Segundo ele, o policial teria inserido termos que não foram ditos, como a palavra “golpe”.
“Várias vezes eles queriam colocar palavras na minha boca”, disse Cid. “E eu pedia para trocar. Eles toda hora queriam jogar para o lado do golpe. E eu falava para trocar pq nao era aquilo que tinha dito.”
A defesa de Marcelo Câmara se apoia nas mensagens para sustentar o pedido de anulação da delação de Cid
A defesa de Marcelo Câmara se apoia nas mensagens para sustentar o pedido de anulação da delação de Cid, alegando falta de espontaneidade no acordo. O mesmo argumento passou a fundamentar pedidos apresentados pelos advogados de Jair Bolsonaro e de Walter Braga Netto.
“O malfadado acordo de colaboração premiada firmado com o TC CID não pode e nem deve prosperar e, assim sendo, toda a sua prova dele derivada também deve ser imediatamente desconsiderada”, diz Kuntz.
Durante o depoimento prestado ao STF na semana passada, Mauro Cid negou ter acessado qualquer rede social no período em que cumpria medidas restritivas. Ao ser questionado pelo advogado Celso Vilardi, defensor de Bolsonaro, se utilizou algum perfil que não estivesse em seu nome, respondeu que não.
“Todos os meus celulares foram apreendidos”, justificou. Quando ouviu a pergunta sobre o perfil @gabrielar702, desconversou: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa.”
As conversas também expõem críticas de Cid ao delegado Fábio Shor. Nas mensagens, chamou o policial de “carreirista” e o acusou de conduzir o inquérito buscando benefícios políticos. Acrescentou que Shor “é delegado novo”, e que “recebeu um objetivo final”. Disse ainda: “É esperto… Não é burro… sabe interrogar… Sabe tentar te conduzir para onde ele quer chegar.”
As críticas se estenderam aos ministros do Supremo. Cid descreveu Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso como “mentores” do processo. Disse ainda que Gilmar Mendes exerce o papel de “articulador que coloca todo mundo no eixo”. E acrescentou: “AM é o cão de ataque… O Barroso é o iluminista pensador… Quem executa é o AM…. como um CEO de uma empresa.”
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