Associação Brasileira de Imprensa defende regulação das redes sociais
Publicado em 14/04/2025 · Categoria: Política
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A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) divulgou uma carta institucional ao final da 3ª Semana Nacional de Jornalismo, neste domingo, 13, em que defende a regulação das plataformas digitais e das chamadas big techs.
O evento, realizado entre os dias 7 e 11 de abril em cinco capitais brasileiras, buscou “identificar os problemas e ameaças atuais ao jornalismo, à comunicação, à liberdade de imprensa e de expressão e à democracia, e apontar os caminhos para superar esses obstáculos”.
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Ao longo da carta, a entidade manifesta sua preocupação com a disseminação de desinformação e com a concentração de poder das empresas de tecnologia. “Apesar da importância das redes sociais e das plataformas digitais para a difusão de cultura e conhecimento, seus efeitos colaterais danosos devem ser combatidos e corrigidos”, afirma o documento.
A ABI sustenta que “o controle social dos meios de comunicação é um exercício de cidadania” e classifica a regulação das big techs como “uma tarefa democrática”. De acordo com a entidade, “sem ela, nós teremos incompleta a democracia no Brasil” e a considera como “uma tarefa civilizatória”.
Um dos pontos centrais da manifestação é o alerta para a monetização e o impulsionamento de conteúdos nocivos nas redes. “Não é razoável que alguém fature com o discurso de ódio e com conteúdos que possam causar danos e crimes e nada aconteça”, sustenta. “O que era uma oportunidade de democratizar a comunicação e dar voz às pessoas acabou se tornando uma armadilha.”
A ABI também chama atenção para a perda de protagonismo das grandes empresas jornalísticas tradicionais e para a expansão de discursos radicais em seus lugares. “O declínio dessas empresas refletiu no quase desaparecimento das reportagens e esse espaço foi ocupado nas redes sociais pela ‘extrema direita’”, diz.
ABI defende a exigência de diploma para integrar a imprensa
Outro tema recorrente é a crítica ao que a entidade denomina como transformação da comunicação em instrumento partidário. Para a ABI, “a transformação dos meios de comunicação em verdadeiros ‘partidos políticos’, alinhados com os setores mais conservadores da sociedade, é mais um desafio que deve ser enfrentado”.
Além da defesa da regulação digital, o documento endossa a retomada da exigência do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, com apoio à Proposta de Emenda à Constituição 206/2012. “Defender a exigência do diploma é reconhecer o papel dos jornalistas na construção de uma sociedade mais justa, plural, democrática e comprometida com os direitos humanos.”
A entidade também se posiciona sobre os chamados desertos de notícias, regiões com pouca ou nenhuma cobertura jornalística. “O deserto de notícias é um campo fértil para a indústria criminosa das fake news”, diz a carta, ao defender a valorização do jornalismo comunitário e da produção de conteúdo local.
Nesse contexto, a ABI aposta no fortalecimento de comunicadores populares como saída para os impasses da comunicação no país. “A 3ª Semana Nacional de Jornalismo apontou que se existe uma saída hoje para a comunicação no Brasil, ela passa pelos comunicadores populares, um dos movimentos mais importantes do Brasil atual”, destaca.
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