Cid manteve contato com a imprensa mesmo proibido pelo STF, sugerem mensagens

O tenente-coronel Mauro Cid manteve contato com jornalistas e interlocutores da imprensa durante o período em que estava proibido, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de acessar redes sociais ou se comunicar com outros investigados.

As conversas foram anexadas ao processo que tramita no STF. Os diálogos ocorreram entre janeiro e março de 2024, quando Cid já estava sob restrição imposta por Moraes no âmbito da investigação que apura a inserção de dados falsos de vacinação e a suposta trama golpista. As mensagens mostram que ele usava um perfil no Instagram, supostamente ligado à sua esposa, para conversar com o advogado Eduardo Kuntz e comentar, entre outros temas, a repercussão de matérias jornalísticas.

Em uma das mensagens, Cid afirma: “Escuta lá o Alexandre Garcia. Falei com a Veja, semana passada”.

Com base nesses elementos, o ministro Alexandre de Moraes determinou, na última sexta-feira, 13, que a Meta, responsável por Facebook e Instagram, envie ao Supremo os dados cadastrais dos perfis envolvidos e preserve todas as mensagens trocadas entre 1º de maio de 2023 e 13 de junho de 2025. A decisão também exige informações detalhadas sobre os acessos às contas, como dispositivos utilizados, localização dos logins e histórico de endereços de IP.

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O material foi apresentado pela defesa do coronel Marcelo Câmara, que anexou ao processo uma ata notarial com 51 páginas contendo os prints das conversas.

Contradição na delação de Mauro Cid

Além de descumprir as ordens do STF, as mensagens revelam contradições em relação ao conteúdo da delação premiada de Mauro Cid. Nos diálogos, ele nega que Jair Bolsonaro tenha pedido a falsificação dos cartões de vacina, o que contraria a própria versão apresentada por ele aos investigadores da Polícia Federal.

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