Cripto no caixa: a nova fronteira dos investimentos corporativos

Publicado em 19/04/2025 · Categoria: Negócios

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A ideia de que empresas, sejam elas públicas ou privadas, possam alocar parte de sua tesouraria em criptoativos já não soa mais como uma projeção para um futuro distante. Pelo contrário, trata-se de uma tendência global que começa a ganhar tração também no Brasil, impulsionada por um ambiente regulatório mais claro e por uma visão cada vez mais estratégica sobre o papel dos ativos digitais nos balanços corporativos.

Em 2020, a norte-americana MicroStrategy, agora Strategy, se destacou como pioneira ao anunciar uma alocação significativa de caixa em bitcoin. Atualmente, a empresa fundada por Michael Saylor já detém mais de 214 mil BTC — estratégia que inspirou diversas companhias a repensarem sua gestão de liquidez. Outras gigantes como Tesla, Block (antiga Square), Fidelity e até algumas seguradoras e fundos soberanos, já testaram o uso de criptoativos como reserva de valor ou instrumento de diversificação.

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Mais recentemente, um passo relevante foi dado no mercado brasileiro. A Méliuz anunciou a alocação de 10% do seu caixa em bitcoin, com possibilidade de ampliação futura. Segundo a própria companhia, a decisão foi baseada em fundamentos de longo prazo e executada a um preço médio de US$ 90.296 por unidade. O movimento chama atenção por vir de uma empresa listada na bolsa brasileira, evidenciando uma nova mentalidade em relação ao papel da criptoeconomia no mundo corporativo.

A escolha pelo bitcoin não é aleatória. Um de seus principais fundamentos é a escassez programada: o protocolo limita a emissão a 21 milhões de unidades, das quais mais de 93% já estão em circulação. Isso reduz o estoque disponível para compras institucionais futuras, enquanto a demanda, especialmente de empresas, fundos e governos, segue em alta. Essa dinâmica pressiona sua valorização, consolidando o bitcoin como uma reserva digital de valor com propriedades semelhantes às do ouro, mas com vantagens de portabilidade e liquidez.

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Além do bitcoin, cresce o interesse por stablecoins, especialmente aquelas atreladas ao dólar americano. Em um cenário de valorização do dólar e fuga de ativos de risco, empresas encontram nas stablecoins uma alternativa para proteger parte de sua liquidez com mais eficiência e agilidade que os instrumentos financeiros tradicionais.

A recente queda generalizada das ações americanas, provocada por novas tarifas e medidas protecionistas nos Estados Unidos, reforça a atratividade desses ativos digitais estáveis e globalmente acessíveis. As stablecoins oferecem um caminho direto, transparente e sem fronteiras para quem busca exposição ao dólar sem precisar sair do ecossistema cripto.

Essa mudança de postura corporativa é sustentada por dois pilares importantes. O primeiro é a maturidade crescente do mercado de ativos digitais, com produtos mais seguros, custódia regulada e a participação ativa de instituições financeiras tradicionais. O segundo — e talvez o mais relevante no contexto nacional — é a aproximação de um marco regulatório mais claro.

Com o encerramento das consultas públicas do Banco Central do Brasil e a expectativa de publicação da norma final sobre a prestação de serviços com criptoativos, o país caminha para um ambiente mais previsível e favorável a decisões estratégicas de longo prazo.

A regulamentação proposta, que contempla tanto a atividade de custódia quanto do uso de cripto em pagamentos e investimentos, deve funcionar como catalisador para que outras empresas brasileiras comecem a explorar essa classe de ativos — seja como uma alternativa de diversificação, seja como instrumento de passivo financeiro ou operação de negócios.

Diversificar a tesouraria nunca foi tarefa simples. Em um contexto de juros elevados, inflação global e instabilidade geopolítica, os criptoativos surgem como uma peça complementar no quebra-cabeça da gestão de risco. Ainda não é uma unanimidade, e nem precisa ser, mas a presença crescente desses ativos nos balanços corporativos indica que o futuro do dinheiro pode, sim, incluir bitcoin, stablecoins e outros tokens como parte relevante da equação.

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