‘O medo dos mortos rompe nosso vínculo com a ancestralidade’
Publicado em 17/04/2025 · Categoria: Segurança Pública
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Com reflexões profundas e questionadoras sobre vida, crises climáticas e conflitos de guerra, o mombe’usara (contador de histórias e estórias) Porakê Munduruku mostra como a ancestralidade originária resiste e oferece ensinamentos que podem ir além de uma noção de “sagrado” ligada à religião.
“O sagrado é próprio da natureza e pode ser encontrado em qualquer lugar. Por isso, tudo que existe é potencialmente sagrado. Ele surge da percepção, mesmo inconsciente, de que somos parte de um todo que nos transcende e transborda”, conta.
Segundo o escritor, os ancestrais do Povo Munduruku eram nômades e, por isso, seus mortos eram enterrados em casa e deixados para trás quando o grupo levantava acampamento, mas continuavam vivos dentro de cada um.
“Quem morre permanece vivo nos ensinamentos que construiu com as outras pessoas e legou aos que permanecem. Todos estamos fadados a sermos os ancestrais das gerações que virão. Somos remanescentes de uma civilização circular. Tendo a concordar com o saudoso Nêgo Bispo: quando se transcende o mero individualismo promovido pela ideologia colonial, não faz sentido acreditar em finais; para nós é: começo, meio e começo”, reflete.
Com a palavra, Porakê Munduruku.
Leia mais (04/17/2025 – 12h08)
